terça-feira, 11 de outubro de 2016

Sobre um momento altamente particular

Decidi me desligar um pouco de tudo, nem que fosse por algumas horas. Coloquei os fones, pedi um pedaço da minha torta favorita e um suco gelado.

Me desliguei das redes sociais e decidi fazer um balanço de todo esse mundo de ilusão que não me deixa nada bem.

Aos poucos aprendi que boa parte do que vemos na time line não passa de mascaras que embelezam a realidade cruel em que vivemos. E eu estava absorvendo muito tudo isso.

As vezes é preciso parar um pouco para entender certas coisas e escutar um pouco o coração. Respirar fundo e se perguntar: E aí? 

Decidi fazer o saldo dos últimos dias da minha vida e descobri, ao som de John Legend, que tenho me arrastado em quase tudo que tenho feito. As coisas andam um pouco sem brilho, sem vida. Não existe mais aquele frio na barriga com absolutamente nada, e ai me preocupei, confesso.

Eu, que sempre fui dona de ideais e planos, me vi amarrada e sem rumo. Eu, que sempre gostei da infinitude do mar, me vi ancorada num porto sem graça.

E porque? Eu também não sei.

Viver é complicado, mais ônus do que bônus, eu diria. Tem que ser bonito, ter um bom carro, ser bem sucedido aos vinte de poucos anos, um passaporte muito bem carimbado, um amor ao lado ou vários na agenda do celular... Basta dar uma pequena 'zapiada' no seu feed de notícias para entender o que estou falando.

E porque isso me afeta tanto? Não sei você, mas me sinto altamente pressionada por tudo isso. 

No auge dos meus 25 anos me vejo em meio a uma crise; não sei para onde ir, não vejo saída e não vislumbro tão cedo um feed tão interessante quanto os demais.

Um pouco pessimista, eu sei. Me perdoem os altamente good vibes.

E por todas essas inquietações, decidi colocar o mundo no mudo e tentar entender os conflitos pessoais dos quais não consigo me livrar.

É uma sensação eterna de se sentir fora da casinha.

Não estou reclamando da vida, agradeço por ter a honra de acordar todos os dias, mas seria hipócrita se dissesse que tenho sido feliz.

E depois de escrever tanto e ter deixado a minha torta de lado, sinto vontade de chorar, me seguro para não fazer feio em público, mas ainda sim não sei aonde quero chegar.

             café:

SALDO DO DIA: Ainda calculando...

A

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

No seu abraço

Musica do dia: TIAGO IORC - Amei Te Ver (Clipe Oficial)

Eu, que tanto tive medo de visitas inesperadas, um belo dia resolvi abrir a porta e deixar você entrar.

A casa não estava arrumada, os móveis não estavam devidamente alocados, mas mesmo assim você sorriu ao entrar.

Se acomodou num cantinho pequeno do sofá, abriu os braços e sorriu. 

Eu, como sempre, me mantive ali, na cadeira mais distante, de onde posso analisar com cuidado todas as visitas e me mantenho longe de qualquer contato.

Mas aquele dia foi diferente. Sua presença me fazia sentir, apesar da estranheza, leve e à vontade.

Em pouco tempo eu fui soltando toda a minha rabugice, minhas manias, meus defeitos e medos. Fui contando um pouco da minha história, me apresentando e me desculpando pela bagunça.

Você, sem medo do que enfrentaria, me olhava com um olhar acolhedor e com um sorriso que parecia, de fato, não se importar com tamanhas bizarrices que tinha escutado.

Esperei que se despedisse, arranjasse uma desculpa e fosse embora, assim como todas as outras visitas. 

Mas não. Não dessa vez. 

Aqueles braços se abriram novamente e você, quebrando todos os protocolos, chegou até mim e me apertou num abraço. 

Um lugar que à priori estava desconfortável, foi se tornando o meu lugar favorito no mundo.

E depois desse vieram outros, diários, incontáveis e incríveis abraços seus. 

Você decidiu ficar e eu ganhei um lugar novo para morar, no seu abraço. 



SALDO DO DIA: 10
Tem abraço que é laço, né?

A