terça-feira, 20 de outubro de 2015

Eu agradeço

O valor de agradecer.

Quando descobri que agradecer era muito melhor do que pedir, minha vida se transformou. Deixei de ver a nuvem negra por onde passava e comecei a reparar nas belezas que estavam por ali.

Não é uma tarefa fácil, eu sei. Mas no final, vem o belíssimo clichê de que, no final vale a pena.

Esse ano, com gostinho de despedida, experimentei a imensidão do agradecer. O agradecer por tudo, o agradecer por nada.

Agradecer o amor gratuito, amor imenso, amor que não me cobrou nada, me cobrou apenas o que sou: Uma pequena amostra desajeitada de mãe.

Me cobrou meus abraços, que por muitas vezes, faltavam braços para tantos filhos. Me cobrou infinitos beijos naqueles rostinhos tão lindos. Me cobrou colo para as lágrimas e dúvidas que pairavam naquelas cabecinhas.

Esse amor me cobrou palavras de apoio, palavras de consolo, palavras de correção. Me cobrou paciência, quando todos eles me chamavam na mesma hora, como é difícil.

Esse amor genuíno, capaz de incendiar meu coração e me deixar leve, me levar as lágrimas.

Hoje choro por não saber por em palavras a imensidão de sentimentos que estão dentro do peito. Choro por gratidão. Choro porque nunca me senti digna de tanto amor.

Se por muitas vezes vi trevas por onde passei, hoje sinto cheiro de rosas por toda parte.

Agradecer é bem melhor que pedir. Agradecer é saber esperar o tempo certo para as coisas acontecerem.

Posso garantir que o tempo certo sempre é melhor que o tempo desejado.

Agradecer, engrandecer. Acontecer, florescer. 

Você agradece por um copo de água e Deus te despeja um maremoto de coisas boas.


SALDO DO DIA: 10
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A

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Meu casulo

Não é que eu prefira ficar sozinha. Eu me acostumei com a solidão.

Imagino diálogos com pessoas interessantes, encontros inesperados, partilhas de sentimentos e buscas. Coisas tão reais dentro de mim, mas que mantenho intactas aqui mesmo.

Eu prefiro uma boa solidão à companhias vazias.

No meu fantástico mundo solo consigo reorganizar idéias, botar os pingos no ís, resolver ou pelo menos tentar, entender meus conflitos.

Vejo mulheres com seus casais, famílias reunidas, mães e filhos, adolescentes e aqueles grupos que imaginamos ser eternos. Me dá uma ponta de inveja, confesso. Mas depois me lembro do quanto eu gosto do meu silêncio, da minha carreira solo.

Se eu tenho medo de me acostumar assim? Sim, eu tenho.

Ainda sim, prefiro desse jeito: Eu e meus pensamentos. Eu e meu lanche solo. Eu e meus diálogos ensaiados. Eu e minhas playlists. Eu e minha psicologia torta. Eu e meu caminho só.

Sou uma ilha, que até tem suas belezas, mas se mantem ali, distante, rodeada de águas que dificultam o acesso. 

Fechada numa armadura. Meu mundo está fechado para visitação.

Algumas vezes até aparece alguém, que depois de analisar pelo olho mágico, abro uma frecha da porta e deixo entrar, mas que consequentemente vai embora e eu me arrependo de ter dado as boas vindas.

Um movimento meu. Com ônus e bônus que decidi arcar.

Eu escolhi o que almejo. Só saio do meu casulo se for valer a pena bater as asas. 


SALDO DO DIA: 1
Melhor que 2

A