terça-feira, 28 de outubro de 2014

Idas e Vindas

Entre idas e vindas, nossos caminhos se cruzaram.

Foi no aeroporto, na chatice da sala de embarque, no touch screen já manjado do celular que ao invés de distração trazia a frustração daquela felicidade forjada nas redes sociais. Foi entre malas para lá, malas para cá, beijos de despedida, abraços apertados e últimas chamadas, que meus olhos avistaram os seus.

Quando eles se encontraram, os meus e os seus, o sorriso foi involuntário. Disfarçado. Tímido. 

Evitei aquele encontro novamente, mas havia uma força, alguma coisa que me fazia te olhar. E quando eu cedia, lá estavam seus olhos me encontrando de novo. Uma, duas, três, algumas vezes necessárias para que os sorrisos disfarçados ficassem escancarados.

Você chegou, sentou ao meu lado, deu aquele sorriso e me ofereceu um chiclete. Abordagem tímida, do sorriso tímido, do olhar tímido, do encontro tímido.

Foi tão natural que não percebemos o atraso daquele voo 1263. O tempo lá fora não estava favorável, mas aqui dentro não havia sinal trovoadas ou incômodos. Era a melhor variação do tempo.

As horas se passaram, o caminho até a Capital ficou com uma cor diferente e você, tão interessado nas minhas histórias, me fez esquecer que eu tinha medo do voar.

O jeito de falar sotaqueado me deixou literalmente nas nuvens. E eu me lembrei de visitar a Bahia mais vezes.

Não sabíamos se seriam 1 hora e 30 minutos de voo ou horas inteiras até a eternidade, sabíamos apenas que aquela viagem ficaria nas páginas intocáveis dos nossos diários de bordo.

Entre fronteiras, entre lugares, entre terras distintas, entre religiões, entre caminhos, entre idas e vindas, a gente se encontrou.

Ah, destino... Tão inesperado, tão imprevisível.


SALDO DO DIA: 10

A

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